
fundamentos da psicanálise.
A Psicanálise, enquanto uma ética fundada no trabalho clínico e, especialmente, na descoberta da operação inconsciente, tem como proposta não somente a escuta do sofrimento do analisante, mas principalmente uma condução em direção à (re)construção de sua própria história e linguagem.
O atendimento clínico pautado pela Psicanálise, portanto, valoriza especialmente o uso da palavra, buscando situar o analisante em seu próprio desejo e em suas próprias posições, ao encontrar na fala aquilo que anteriormente se fazia velado.
O trabalho proposto em uma análise diz, enfim, *"da relação de abertura ao insconsciente, resultado da posição íntima com a palavra daquele que diz e já sabe que diz mais do que pensa e menos do que as pretensões do saber absoluto".
*Retirado do Caderno nº 0, "Da Fundação", da Escola da Coisa Freudiana.
"Ao cabo do projeto histórico de uma sociedade de não mais reconhecer em si outra função que não a utilitária, e na angústia do indivíduo diante da forma concentracionista do vínculo social cujo surgimento parece recompensar esse esforço, o existencialismo julga-se pelas justificativas que dá para os impasses subjetivos que, a rigor, resultam dele: uma liberdade que nunca se afirma tão autêntica quanto dentro dos muros de uma prisão [...].
No recurso que preservamos do sujeito ao sujeito, a psicanálise pode acompanhar o paciente até o limite extático do 'Tú és isto' em que se revela, para ele, a cifra de seu destino mortal, mas não está só em nosso poder de praticantes levá-lo a esse momento em que começa a verdadeira viagem."
Lacan, J. O estádio do espelho como formador da função do eu. In: Escritos, 1949.